Foto: Mateus Ferreira
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Sérgio Lopes, localizada no Bairro Renascença, região oeste de Santa Maria, mostra um lindo exemplo de trabalho de cooperação entre instituição de ensino e pais dos alunos. A manutenção da escola e novos brinquedos são construídos pelos responsáveis que vivem diariamente o ambiente escolar se envolvendo em várias demandas que ultrapassam a rotina pedagógica dos alunos.
A primeira conquista da escola foi uma horta coletiva. Em seguida, veio uma estufa e, agora, depois de pedidos dos alunos, uma nova casinha está sendo construída no pátio da escola. Trabalhos que já modificaram a rotina escolar e colocaram alunos e pais mais envolvidos com a instituição. A técnica em enfermagem Fátima Isabel, 36 anos, é uma das voluntárias na construção da casinha para os alunos e uma das mães que está envolvida na escola desde a iniciativa da primeira horta comunitária.
– No tempo livre, eu venho aqui para ajudar a escola. Eu sinto e consigo visualizar a necessidade que este local tem, então, eu colaboro no que é possível. O primeiro trabalho que fiz foi a construção da horta, porque os alunos tinham esse plano, mas apenas no papel. Aos poucos, e com trabalho coletivo, realizamos esse sonho dos alunos. Após a primeira horta, já começamos o trabalho de construção da estufa – explica.
Fátima Isabel trabalha com mais alguns pais e mães na construção da nova casinha para os alunos, que deve ficar pronta nos próximos dias. O desejo do novo brinquedo no pátio da escola foi um pedido do filho.
– Eu estava aqui, no pátio da escola com meu filho ajudando no brechó, e ele comentou que a casinha antiga estava muito precária. Neste mesmo dia, eu percebi como as crianças gostavam de brincar nela. Foi então que eu comecei a pensar na possibilidade de como ajudar na construção de uma nova casinha. Então, conversei com a diretora da escola, que logo já organizou um espaço aqui no pátio, e eu procurei outros pais que começaram com as doações. Fica meu agradecimento por cada ajuda, tivemos desde pregos até mesmo mão de obra. Por isso, agradeço a cada pai e mãe que ajudou a realizar o sonho das crianças – diz Fátima.
Parceria
Outra mãe que está auxiliando na construção da casinha é a técnica em enfermagem e professora Miriam Gomes, 53 anos. Além de ajudar a realizar o sonho das crianças, a ligação de Miriam com a escola vai além da sala de aula, a instituição tem ajudado inclusive a sua filha.
- A palavra que eu quero falar é gratidão. Eu cheguei aqui na escola Sérgio Lopes com minha filha, que tem diagnóstico de autismo. Ela não falava, não caminhava, não interagia com ninguém e não comia sozinha. E no momento em que chegamos aqui, a Ana Cecília, com dois anos e três meses, já começou a mudar. Quando a gente fala a palavra professora, ela abre um sorriso. Então, essa mesma gratidão eu consigo passar por meio do trabalho voluntário. A gente ganha sorrisos, abraços e flores nos cabelos. Essa escola é uma porta de oportunidades para nossos filhos através da inclusão – relata Miriam.
O espaço
A casinha está recebendo os últimos detalhes antes de ser entregue aos alunos. O espaço será batizado de Arco-íris e será utilizado por todos os alunos da instituição.
E esse trabalho que ocorre entre escola e pais é valorizado pela equipe diretiva da escola. Shaiane Mazona, 41 anos, é supervisora de anos iniciais e revela que essa aproximação dos pais com a instituição começou em 2016. As famílias começaram a participar mais, se envolver na escola e isso tornou o local mais do que uma instituição de ensino – a Escola Sérgio Lopes é a segunda casa de muitas famílias.
– Os pais ajudam bastante, se oferecem, perguntam se a escola precisa de alguma coisa. É gratificante ter essa relação próxima com as famílias, porque nossa escola abraça a todos com tanto carinho – diz Shaiane.